segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

As últimas do ano, em homenagem aos amigos portugueses

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

E agora José?

Por muitos anos eu tive uma piada: "desde que aprendi a ler, todas as portas se abriram para mim". Toda vez que alguém me perguntava alguma coisa e se surpreendia com o fato de eu saber a resposta, lá vinha a frase. E era brincadeira, claro. Mas, até certo ponto, eu acho que acreditava.



Como depois eu acreditei que bastava entrar para uma faculdade e meio caminho já estaria andado. Não estava. E me convenceram de que uma vez que eu tivesse um diploma de graduação, depois um de mestrado, depois um de doutorado,... E eu acreditei que isso me traria alguma coisa. Alguma garantia, alguma segurança. Não traz.



Termino esse ano de 2009 com todos os diplomas que me ofereceram e me obrigaram a ter, com dois livros publicados, com alguns idiomas no currículo. E com a certeza de que nada disso vai me dar o que eu preciso. Nada disso vai me dar dinheiro, alegria ou amor.



De onde virão essas coisas, meu Deus?



Que o próximo ano traga alguma perspectiva, mais esperança, novos amigos, mais encontros com os amigos antigos, saúde para todos e força, muita força, sempre. E coragem, minha gente, que anda em falta e é tão necessária. Coragem para dizer sim ao que se quer. Coragem para dizer não ao que não importa. Coragem para não se comprometer com a mediocridade e a mesquinhez, mesmo que a nobreza de caráter ande em baixa na cotação da bolsa de valores.



Coragem para saltar, de olhos fechados, no mar escuro das perguntas sem resposta.



Vamos remando, tocando nosso barquinho. Inveja dos grandes navios não tenho. Eles afundam. Eu flutuo.



quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Notícias do bicho-papão... O lançamento está chegando e se espalhando pela web:

http://softwarelivre.org/radio/blog

http://olivreiro.com.br/comunidade/777-histarias-contadas-pelo-bicho-papao-oscar-wilde-joao-do-rio-e-horacio-quiroga-para-crianaas

http://www.rioecultura.com.br/news/noticias3.asp?id=562

http://www.overmundo.com.br/agenda/lancamento-do-livro-historias-contadas-pelo-bicho-papao

http://www.nossadica.com/agenda_rio.php

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

domingo, 29 de novembro de 2009

Para os fotógrafos de plantão: National Geographic's International Photography Contest 2009

Todos os anos a National Geographic promove um concurso de fotografias que atrai profissionais e amadores do mundo inteiro. A coluna The Big Picture, do site boston.com (site do jornal The Boston Globe), conseguiu permissão da revista para selecionar e publicar algumas das fotos mais impressionantes do concurso e, generosamente, decidiu compartilhar com todo mundo. Então, é só clicar aí embaixo e curtir as incríveis imagens que concorrem ao prêmio. É de ficar de quatro e de queixo caído. As fotos aí no alto são dois exemplos.



National Geographic's International Photography Contest 2009 - The Big Picture - Boston.com



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quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Meu irmão, o padrinho de casamento.

Neste ano apenas, meu irmão já foi padrinho de três casamentos. Agora, veja bem, por que alguém convida esse cara para ser padrinho de casamento?

Olha só: o casal posa para foto com seus padrinhos; a foto é tirada; o povo dispersa...
Todo mundo vai saindo...
... e Alexandre vai ficando.
Posted by Picasa
E é nisso que dá:
Posted by Picasa

Os amigos que faço nessa vida...

Daí, já que estou aqui mesmo, aproveito para apresentar aos velhos amigos um de meus colegas do curso de fotografia. Primeiro esclarecimento: ele é um guarda municipal. Segundo esclarecimento: os outros guardas precisavam de uma cobaia para testar uma nova arma "não-letal". Terceiro: Wagner Montes curte dar uma moral para a polícia, e eu curto dar uma risada de qualquer um. P.S.: William, a cobaia em questão, tem as marcas da "arma não-letal" até hoje...



O melhor cover do Queen, EVER!!!

Ando ocupada com algumas coisas, como a última revisão do meu próximo livro (que já está na gráfica e em breve terá seu lançamento anunciado aqui) e uns trabalhos de fotografia (confira em pamelaeeric.blogspot.com ), daí o silêncio deste blog nos últimos dias. Mas tenho que abrir uma exceção para postar essa pérola que recebi de Gabi há poucos minutos: Bohemian Rhapsody by the Muppets. GENIAL! Divirta-se:



segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Poesia e o Diabo a Quatro: o livro!

Ele chegou. Enfim meu primeiro livro - Poesia e o Diabo a Quatro: Jorge de Sena e a escrita do diálogo - , também conhecido como minha tese de doutorado, chegou. E, modéstia à parte, ele está lindo. Olha a capinha dele aí em cima.



Espero que todo mundo possa conhecê-lo pessoalmente em breve. E espero que gostem.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Como comecei a estudar romeno

Sábado. 5 da tarde. Nada para fazer. Ligo a televisão em um programa estúpido de perguntas e respostas. Ok, adoro competições de perguntas e respostas.



Uma das participantes se apresenta: 32 anos, dentista, terminando um doutorado em ciências biológicas na USP. Ok, parece alfabetizada.



Pergunta: Qual o nome do ditador russo que comandou a União Soviética de 1922 a sei lá quando. E a moça responde, cheia de convicção: Mikhail Baryshnikov!



Pausa para recuperar o fôlego. Entre o riso e as lágrimas, penso em como é incrível a ignorância do ser humano.



Daí, domingo, 11:45 da noite. Nada de bom na TV. Começo a correr a grade de programação e lá está o TCM. Filme antigo e cult da noite: O Sol da Meia Noite. Estrelando: Mikhail Baryshnikov!



Pensei: é um sinal. E vi o filme, até as 2:30 da madrugada.



Depois de muitas cenas de gente falando russo, e uma insônia que me manteve acordada até as 4:00, dormi e sonhei que tinha voltado a estudar aquela bela língua eslava.



Então, segunda-feira. Pela manhã, entro numa livraria e dou de cara com um livrinho vermelho que grita em letras azuis: Fale Russo.



Pensei: é um sinal. E comprei o livrinho.



Não era, contudo, o suficiente. Parti pro Google, em busca de ferramentas de estudo. E foi assim que eu descobri o Livemocha.



Trata-se de um site de aprendizado de línguas gratuito, que se apoia basicamente no princípio de cooperação entre amiguinhos do mundo inteiro. Funciona assim: você faz um cadastro, diz quais idiomas fala e qual ou quais quer aprender. Daí você tem acesso a aulas online, com gramática, vocabulário, exercícios, etc. E em cada lição há pelo menos dois exercícios - um oral e um escrito - que você envia para parceiros dos quatro cantos do mundo, falantes nativos da língua em questão, e eles corrigem para você. Ao mesmo tempo, pessoas que querem aprender a sua língua, mandam seus exercícios para que você corrija.



A princípio, claro, desconfiei da eficácia do sistema. Mas logo os meus novos amigos russos me provaram que eu estava errada: as pessoas realmente querem ajudar! E me mandaram avaliações super completas e detalhadas dos meus exercícios, tão gentis quanto úteis. Consegui ótimas dicas, e ainda tive a chance de ajudar vários estudantes de português espalhados pelo mundo.



Daí, veio a idéia: por que não aproveitar o embalo para aprender línguas novas, realmente estranhas, do tipo que a gente nunca tem chance de aprender na vida real offline?



Foi assim que comecei, ontem mesmo, a estudar romeno. Língua latina com jeitão de eslava, esquisita toda vida, mas com falantes nativos super simpáticos, que têm tido a generosidade de elogiar minha pronúncia de aluna iniciante. Até o momento, minha especialidade é dizer "eu". Que em romeno é... "eu".

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Para os fotógrafos de plantão, parte 2: o mito da respiração

Muitas vezes ao longo da vida ouvi as pessoas dizerem que o truque para não tirar fotos tremidas era prender a respiração no momento do clique. Você enche os pulmões, segura o ar lá dentro e desce o dedo no botão. ENORME BOBAGEM.



Sem respirar, o corpo se vê privado de oxigênio. Como um claustrofóbico que antecipa a sensação de que a qualquer momento o ar do elevador vai acabar, o organismo se põe em estado de alerta. Entende, naturalmente, que algo deve ser feito.



Entra em cena o responsável pela oxigenação das células: o sangue. Tentando suprir a falta antes que os órgãos tenham qualquer indício de que algo vai mal, o sangue corre para distribuir o O2 que resta em suas reservas, como aeromoça aflita distribuindo máscaras aos passageiros de um avião em queda. Aparentemente tranquila e sorridente mas acelerada, a aeromoça sanguínea provoca uma grande comoção entre os passageiros que a percebem visivelmente alterada em suas funções. Desconfiam, acertadamente, que seu nervosismo de sangue e aeromoça é um reflexo do nervosismo de quem realmente importa - o piloto, o coração.



Na corrida pelo abastecimento das células, o sangue é pressionado por sua bomba. Quanto maior a necessidade de correr, mais a bomba trabalha. Daí que, quando você prende a respiração, o coração acelera. As batidas se tornam mais rápidas e mais fortes. E você treme.



Qual seria então o momento do clique?



Quando você está contando uma história, uma daquelas boas, engraçadas e cheias de reviravoltas, ou passagens que te provocam raiva, exasperação, você fala, fala, fala,... até que uma pausa se impõe. E você respira.



Um breve momento antecede essa pausa para tomar fôlego. Um instante apenas entre a última sílaba do seu discurso e a primeira inspiração para o próximo parágrafo; o instante de inércia da respiração. Nada se move. Corpo perfeitamente relaxado. Hora de clicar.



As imagens lá em cima, essas sim, mercem que se prenda a respiração. São do projeto Ashes and Snow, um trabalho que já vem sendo realizado há mais de 12 anos e que se dedica a explorar a convivência entre homem e natureza em seu estado mais puro. Um show de imagens, um site que vale a pena ser visitado, uma exposição itinerante que já ocupa o posto de exposição individual mais visitada da história. Mas, principalmente para os fotógrafos de plantão, um bom exemplo do que pode ser feito quando se tem cuidado, sensibilidade e técnica.



Detalhe importantíssimo: não há qualquer trabalho digital nas imagens. Todas foram realizadas em FILME!!! Câmera ANALÓGICA!!! 35mm!!! Elas foram apenas escaneadas para o site. Sem Photoshop. Só olhar, clique e revelação bem feita, em papel artesanal.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Para os fotógrafos de plantão, parte 1

Começou ontem meu curso de Fotografia no Senac. E, como pessoa generosa que sou, pretendo compartilhar aqui o que aprendo por lá. Então, primeira aula: Armazenando o equipamento - 10 coisas que vc deve saber:
  1. O Rio de Janeiro é uma cidade com um padrão de humidade relativa do ar na casa dos 80%;
  2. O fundo do seu armário é um lugar escuro;
  3. umidade + escuridão = FUNGOS!!! e fungos + objetivas = problema;
  4. Nunca guarde seu equipamento montado, isto é, separe as câmeras e as objetivas, para evitar uma possível contaminação. Se os fungos estiverem na sua objetiva, vc não vai querer que eles cheguem ao corpo da máquina, não é? Boas máquinas já encontraram seu fim antes da hora por esse motivo;
  5. Guarde todo o equipamento "em pé". Isso vale para as câmeras e, principalmente, para as objetivas, porque deixá-las dormindo deitadas faz com que sua lubrificação interna fique concentrada num só ponto;
  6. Não se esqueça de manter todo o equipamento com suas devidas tampinhas, sem esquecer que as objetivas devem ter tampas frontais e traseiras. Um filtro UV ou skylight também ajuda a proteger as lentes;
  7. Estojos de transporte são exatamente para isso: TRANSPORTE. Não deixe seu equipamento dentro deles o tempo todo. Se vc mora num lugar muito úmido, prefira usar o seu estojo para guardar bolinhas de naftalina - irão ajudar a conservá-lo por muito mais tempo, mushroom free;
  8. Caixas de isopor são uma boa solução para manter tudo sequinho. Outra boa opção é o bom e velho tupperware - de cor clara, de preferência transparente. Em ambos, o ideal é colocar junto com a câmera e a(s) objetiva(s) um sachê de sílica gel para absorver qualquer vestígio de umidade;
  9. Se tudo for para dentro de um armário, certifique-se de que ele está bem seco, de preferência mantendo dentro dele - ligado e funcionando o tempo todo - um daqueles aparelhos desumidificadores tipo sterilair;
  10. Jogue fora os estojos e cases de couro: couro é um material orgânico, que combinado à umidade relativa do ar e ao fundo escuro do seu armário pode te dar uma linda demonstração do surgimento da vida em sua forma mais singela - as larvas. Couro apodrece e contamina o seu equipamento, deixando sua câmera bem parecida com os corpos analisados pelo Grissom em CSI.
Se agora é tarde, Inês é morta, e o seu equipamento já tem mais fungos que um jogo do Mário, procure um bom técnico para fazer a limpeza, NÃO TENTE FAZER SOZINHO! Você pode acabar danificando ainda mais o seu equipamento. Em breve, novas dicas. 

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Luciana Salles, garota de programa

Sempre fui uma moça de família, bem comportada, estudiosa, amante das artes e dos livros, etc. E então, um belo dia, fiz aquilo que todo mundo já fez em algum momento: joguei meu nome no google.
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA Lá estava ela, o primeiro resultado da pesquisa, em plena blogosfera, lucianasalles.blogspot.com. Não crio link por que esse aqui é um blog família... Mas enfim, taí o endereço. Há uma única postagem, de outubro de 2008. Mas, honestamente, para que mais? Nessa postagem única, a minha xará apresenta toda a sua, digamos, alma. E ainda deixa o celular e o msn para possíveis, digamos, clientes.
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
Todo mundo sabe que um nome é só um nome, palavra tão arbitrária quanto todas as outras, e que uma pessoa é muito mais do que o seu nome. Mas você nunca espera que o seu nome tenha uma vida própria tão rica e independente. Você não espera ver o seu nome aprontando por aí, sem a sua autorização ou conhecimento. E, acima de tudo, você não espera ver o seu nome tirando a roupa para desconhecidos.
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
Na faculdade, eu tive a honra de ser aluna de Eduardo Coutinho, grande nome da literatura comparada, e sempre achei interessante que ele tivesse o mesmo nome de Eduardo Coutinho, grande nome do cinema documentário. O que eu não imaginava era um dia ter a honra de descobrir que eu, Luciana Salles, professora de literatura, tenho o mesmo nome de Luciana Salles, garota de programa.
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
Sinto que esse assunto ainda vai render muito. Desde sábado, venho procurando as outras Lucianas Salles no orkut e no twitter. Quero saber direitinho o que mais o meu nome anda aprontando por aí.
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
Para ilustrar o post, o ideal, naturalmente, seria que eu colocasse aqui alguma das fotos de minha xará e sua bela bunda. No entanto, considerando que ainda não pretendo partir para esse tipo de apelo (apesar de que talvez fosse um bom método para aumentar os acessos ao blog...), sem ofender meus leitores mais castos, mas ainda mantendo o campo semântico, deixo com vocês as primeiras fotos divulgadas pela Playboy americana para promover a sua edição de novembro com capa e ensaio sensual de Marge Simpson. Grande idéia, Hugh Hefner!

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Nem só de arte vive o homem

A próxima semana (19 a 25 de outubro) será marcada por demonstrações, experiências e exposições científicas espalhadas por todo o país. É a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, que no Rio de Janeiro terá seu epicentro (para entrar no clima!) no Armazém Científico, instalado no Centro Cultural Ação da Cidadania (ali coladinho ao Porto, na av. Barão de Tefé, 75). Recebendo os visitantes, na entrada do Armazém, haverá uma réplica da Demoiselle de Santos Dumont, ajudando, com seus quase 7 metros de comprimento, a contar a história da aviação brasileira e mundial. Além do aeroplano, adultos e crianças poderão participar de três oficinas: a de arte rupestre e escavação geológica, a de hialotecnia (modelagem do vidro utilizando fogo), e uma que na verdade é uma espécie de jogo em que os participantes deverão distinguir meteoritos de pedras comuns e responder perguntas sobre o tema. Os vencedores terão direito a um prêmio super especial: uma estrela de resina recheada com pó de meteorito! Entre uma oficina e outra ainda se pode aproveitar para aprender mais sobre o universo no planetário inflável que abrigará pequenas aulas de astronomia em sessões de meia hora. Com o objetivo de aproximar o cidadão comum das descobertas e avanços da ciência e difundir o conhecimento científico, a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia é um movimento de incentivo à pesquisa e à informação, que tem contado, desde a sua primeira edição em 2004, com uma crescente participação popular e com a adesão de um número cada vez maior de instituições e pesquisadores. O tema deste ano é "A Ciência no Brasil" e a programação completa pode ser conferida em http://semanact.mct.gov.br e http://www.cienciaetecnologia.rj.gov.br/prog_semana.asp. Só no estado do Rio, serão 1652 eventos espalhados em 27 municípios, envolvendo 397 instituições. Na cidade maravilhosa serão 203 atividades.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Poesia e o Diabo a Quatro em Destak!

Não, eu não escrevi errado. É Destak, mesmo. Este humilde blog teve hoje a honra de aparecer no jornal Destak do Rio de Janeiro. 
Para quem não conhece, o Destak é um jornal de distribuição gratuita, editado de segunda a sexta e com uma tiragem diária de cerca de 80.000 exemplares. Oferece informação sobre política, economia, esporte, cultura e entretenimento para milhares de leitores de toda a cidade, e está disponível em sinais de trânsito, pontos de ônibus e estações de metrô de grande circulação. Pode ainda ser lido em versão online, no site onde também existe a edição de São Paulo. Conta com um público fiel, não apenas pela democrática gratuidade, mas principalmente pela qualidade, escrita ágil, direta e séria sem deixar de ser divertida. E hoje, todo o povo que lê o jornal ficou sabendo também da existência do nosso blog. Não é legal?

O novo do Saramago

Vários anos após o lançamento do monumental Evangelho segundo Jesus Cristo, José Saramago retorna agora à escrita bíblica - desta vez com o Antigo Testamento. 
As imagens das capas acima pertencem, respectivamente, às edições portuguesa, brasileira, espanhola e catalã, e foram disponibilizadas pela Fundação Saramago.
Em Caim, novo romance do autor português, para além das marcas constantes de sua obra (ateísmo, ironia, longos parágrafos, pontuação inusitada, etc.), chama a atenção o fato de todos os nomes, incluindo aí Adão, Eva, Deus, Caim, serem grafados com letras minúsculas. A exceção que confirma a regra fica para Pilar, a esposa do escritor, na dedicatória do volume: "A Pilar, como se dissesse água".
A relação do casal poderá, ainda este ano, ser vista não apenas através das belas dedicatórias mas em cores e tela grande. União Ibérica (título provisório), documentário de Miguel Gonçalves Mendes que acompanha o cotidiano do casal em Lanzarote e suas viagens pelo mundo durante o período de preparação e lançamento de A viagem do elefante, já está em fase de finalização e deve chegar aos cinemas nos próximos meses. Veja o trailer: 
 
  
E, voltando a Caim, confira aqui o primeiro parágrafo do romance, publicado hoje cedo pelo site português Bibliotecário de Babel:

«Quando o senhor, também conhecido como deus, se apercebeu de que a adão e eva, perfeitos em tudo o que apresentavam à vista, não lhes saía uma palavra da boca nem emitiam ao menos um simples som primário que fosse, teve de ficar irritado consigo mesmo, uma vez que não havia mais ninguém no jardim do éden a quem pudesse responsabilizar pela gravíssima falta, quando os outros animais, produtos, todos eles, tal como os dois humanos, do faça-se divino, uns por meio de rugidos e mugidos, outros por roncos, chilreios, assobios e cacarejos, desfrutavam já de voz própria. Num acesso de ira, surpreendente em quem tudo poderia ter solucionado com outro rápido fiat, correu para o casal e, um após outro, sem contemplações, sem meias-medidas, enfiou-lhes a língua pela garganta abaixo. Dos escritos em que, ao longo dos tempos, vieram sendo consignados um pouco ao acaso os acontecimentos destas remotas épocas, quer de possível certificação canónica futura ou fruto de imaginações apócrifas e irremediavelmente heréticas, não se aclara a dúvida sobre que língua terá sido aquela, se o músculo flexível e húmido que se mexe e remexe na cavidade bucal e às vezes fora dela, ou a fala, também chamada idioma, de que o senhor lamentavelmente se havia esquecido e que ignoramos qual fosse, uma vez que dela não ficou o menor vestígio, nem ao menos um coração gravado na casca de uma árvore com uma legenda sentimental, qualquer coisa no género amo-te, eva. Como uma coisa, em princípio, não deveria ir sem a outra, é provável que um outro objectivo do violento empurrão dado pelo senhor às mudas línguas dos seus rebentos fosse pô-las em contacto com os mais profundos interiores do ser corporal, as chamadas incomodidades do ser, para que, no porvir, já com algum conhecimento de causa, pudessem falar da sua escura e labiríntica confusão a cuja janela, a boca, já começavam elas a assomar. Tudo pode ser. Evidentemente, por um escrúpulo de bom artífice que só lhe ficava bem, além de compensar com a devida humildade a anterior negligência, o senhor quis comprovar que o seu erro havia sido corrigido, e assim perguntou a adão, Tu, como te chamas, e o homem respondeu, Sou adão, teu primogénito, senhor. Depois, o criador virou-se para a mulher, E tu, como te chamas tu, Sou eva, senhor, a primeira dama, respondeu ela desnecessariamente, uma vez que não havia outra. Deu-se o senhor por satisfeito, despediu-se com um paternal Até logo, e foi à sua vida. Então, pela primeira vez, adão disse para eva, Vamos para a cama.»

[in Caim, Caminho, 2009]

Rio porque Rio de Janeiro

Circulam pelos e-mails essa semana essas lindas "fotos" das placas do Rio, se preparando para os turistas, olímpicos ou não. Agora digam: alguém duvida que 2016 será o ano das olimpíadas mais gaiatas e fanfarronas da história?

Feliz dia do mestre

A velha professora nunca teve filhos. Seus irmãos já morreram. É viúva há muitos anos.
Teve enteados, que lhe deram netos, bisnetos, uma infinidade de crianças que a chamam de vovó mas que não têm seu sangue. Seus únicos herdeiros de fato são os que ela mesma escolheu entre seus alunos.
Boa atriz, a professora parece alegre. Parece satisfeita, feliz. Será mesmo? Ainda tem colegas, alunos, secretárias... Mas há tanta solidão em seus olhos. Alguma dor. Arrependimentos, talvez? 
De vez em quando alguém se aproxima. Surge em sua vida como o filho que não teve, o neto que perdeu. Busca apoio em suas mãos já tão frágeis, passeia com ela pelos palcos em que é homenageada. E mostra o rosto e as intenções sempre tarde demais. Deve doer na velha professora, cada engano, cada ilusão, cada máscara. Mas de máscaras ela também entende, de fingimentos e fingidores, e vai seguindo em frente, fingindo a incomparável satisfação de ser reconhecida, respeitada, citada, ... Será o bastante?
Seria o bastante para alguém?

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Coisas que eu não deveria dizer a meus alunos

Eu nunca acreditei em estudar. Fórmulas, teorias, matéria de prova, tudo isso sempre me pareceu profundamente tolo. Acredito, sim, e muito, em leitura. Mas não na leitura como forma de aprendizado. Acredito na leitura como forma de diálogo. AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA Por diversas vezes, um ou outro indivíduo mais ou menos crédulo da sua importância no processo de salvação da humanidade veio me perguntar para que serve o que faço. Imediatamente e sem hesitação respondo exatamente o que eles querem mas não esperam nunca ouvir: para nada. E, considerando que eles acreditam que o que faço é "estudar literatura", sou nessa resposta a mais sincera criatura de Deus. AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA Evidente, no entanto, que não é isso que faço. Eu não estudo coisa alguma, e nunca tive a pretensão de ensinar coisa alguma. Eu apenas converso. Com alunos, com professores, mas acima de tudo com meus autores. Tenho, com cada escritor que leio, uma conversa que pode durar a vida toda... E assim faço a minha parte, no esforço de mantê-los vivos e falantes. Já não tendo mais idade para crer que posso mudar o mundo, dedico meu tempo e existência a salvar, pouco a pouco e do meu jeito, escritores do silêncio das estantes. AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA Desses diálogos, alguns se destacam a ponto de se transformar em discurso próprio, conversa transformada em texto que, sob a máscara de "acadêmicos" (o que em verdade nunca são), acabam sendo publicados aqui e ali em revistas científico-literárias, anais de congressos, etc. Dois particularmente longos, se preparam agora para sair ao mundo em forma de livros. AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA O que leva alguém a dedicar duzentas páginas de sua vida a uma conversa com outra pessoa? É simples, basta que a tal "outra pessoa" seja interessante, divertida e tenha algo a dizer. Encontrar o interlocutor ideal é exatamente como encontrar um amigo: uma busca por afinidades, experiências em comum e uma certa proximidade de sensos de humor. AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA Atendendo a todos esses critérios, alguns de meus "amigos" mais próximos deverão aparecer aqui neste blog de vez em quando. O primeiro deles, Jorge de Sena, foi o amigo com quem bati longos papos nesses últimos 4 anos. Nossa conversa deve estar disponível em livro até o final deste mês. AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA Uma pista da justificativa para tê-lo escolhido como amigo e para o caráter contra-acadêmico de nossas conversas pode ser conferida abaixo, nas palavras dele. Espero que ele também possa fazer novos amigos por aqui. AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
A diferença que há entre os estudiosos e os poetas / é que aqueles passam a vida inteira com o nariz num assunto / a ver se conseguem decifrá-lo, e estes / abrem um livro, lêem três páginas, farejam as restantes / (nem sequer todas) e sabem logo do assunto / o que os outros não conseguiram saber. Por isso é que / os estudiosos têm raiva dos poetas, / capazes de ler tudo sem ter lido nada / (e eles não leram nada tendo lido tudo). / O mal está em haver poetas que abusam do analfabetismo, / e desacreditam a gaya scienza. Jorge de Sena (1/2/1972)

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Por um blog sustentável

A partir de agora, os dois leitores deste blog podem ajudar a autora a sobreviver... Como vocês podem ver, as bobagens que escrevo agora estão cercadas de anúncios por todos os lados. Buscapé, Bondfaro, Submarino, Google, vocês decidem: o importante é clicar. E quando forem às compras no Submarino, não se esqueçam de comprar aqui pelos meus links, certo?

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Brasil Rural Contemporâneo

A excelente pedida dessa semana pós-festival de cinema e pós-festa olímpica é a V Feira Brasil Rural Contemporâneo
Realizada pela segunda vez no Rio, depois do enorme sucesso do ano passado, a feira de produtos rurais na Marina da Glória é um programão. Muita comida, bebida, artesanato e shows incríveis. (Confira a programação do palco principal no quadrinho aí de cima .)  
Este ano os visitantes poderão ter uma "experiência sensorial" de como é estar na Amazônia, conhecer (e comprar) peças únicas de design e moda produzidas por artesãs de todos os cantos do país, e, para os movidos a álcool, há uma praça da cachaça onde se pode provar a branquinha produzida em diferentes regiões.
Além de tudo, o ingresso é baratinho: com direito aos shows, a entrada custa 20 ou 10 reais (sim, tem meia entrada pra galera da carteirinha!). Para quem só quer curtir a feira, o ingresso custa 5 0u 2 reais. E vale muito a pena, especialmente se vc tirar um tempo para bater um papo com os expositores (ouvi histórias fantásticas no ano passado) e curtir o visual da Marina da Glória, um dos lugares mais bonitos dessa cidade maravilhosa. 
Imperdível, a feira começa hoje e vai até segunda-feira (feriado!). A partir de 13:00 até sexta e a partir das 10:00 do sábado em diante. Os estandes fecham às 22:00. Os shows não têm hora pra acabar. 
 

sábado, 3 de outubro de 2009

Grande Idéia ou Mais uma homenagem às NOSSAS OLIMPÍADAS

(Foto: "Sem título", Mônica Fagundes)

Yes, we CRÉU!

Com direito a homenagem do Google, do New York Times, e de cada pessoa feliz e pouco invejosa deste mundão globalizado, YES, WE CRÉEEEEEEEEEEEEEU!!!!!!!!!!!
É claro que há muitos problemas a resolver. É claro que muita verba vai ser desviada. É claro que só vai ficar tudo pronto no último segundo. Mas e daí? O Rio de Janeiro vai ser o cenário mais lindo já visto pelo mundo numa olimpíada. E vai mostrar para o mundo a maior e mais alegre festa de todos os tempos.
Para os críticos e intelectuais politicamente engajados de plantão, toda a minha generosa piedade. Para os que aplaudem com orgulho mais essa vitória carioca, brasileira, sulamericana, para os que têm a honra de amar essa cidade maravilhosa e para os que cantam o Samba do Avião a cada viagem de regresso ao lar, mais uma vez: YES, WE CRÉU!!!!!!!

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

É preciso ter raça

Meu amigo Rafael Cesar anda movimentando seu blog com uma boa discussão sobre preconceito, racismo, etc. Tudo pela percepção (que de tão óbvia frequentemente nos escapa) de que a imensa maioria dos autores de literatura da África lusófona que chegam até nossa terra brasilis são... brancos. 
O visual europeu na face que a literatura africana expõe ao mundo pode até pegar os desavisados de surpresa mas, pensando bem, olhando o principal produto cultural de exportação brasileiro - as novelas da Globo - fica fácil perceber que a cara do Brasil lá fora é muito pouco miscigenada. A menos é claro que falemos em futebol. 
Basta ver a grande sensação causada pela presença de uma atriz negra ocupando o posto de protagonista da novela do horário nobre. Com cabelos crespos e tudo, a PRIMEIRA negra a protagonizar as noites da maior produtora de novelas do mundo, põe no centro da cena (pela PRIMEIRA vez) a beleza sem olhos azuis e madeixas loiras que normalmente só pode ocupar a cozinha das mansões dos personagens brancos ou as senzalas das novelas de época.
Se olharmos para as telonas de Hollywood a situação não é muito diferente. Basta ver as exceções que confirmam a regra na terra do Presidente Negro: a belíssima Halle Berry, o action man Denzel Washington, o onipresente Will Smith. Que outros atores negros têm o seu nome em primeiro lugar na apresentação do elenco? Qual outro recebe cachê em pé de igualdade com os atores brancos? A cultura negra norte-americana de hoje está restrita ao hip-hop dançante de meninos que batem e meninas que apanham? Se a resposta a isso é, como suponho e acredito, negativa, então porque a exportação em massa dessa idéia?
Em tempo, dentro das atividades do Festival do Rio, hoje tem sessão especial no Odeon de Em Quadro - A História de Quatro Negros nas Telas, filme de Luiz Antonio Pilar que teve sua estréia no festival de Gramado e que conta um pouco da vida e da trajetória profissional de Ruth de Souza, Léa Garcia, Zezé Motta e Milton Gonçalves. 

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Sem palavras, hoje

(Foto: "Barquinhos de Rimbaud", Luciana Salles)

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Quando as artes se misturam

Se a música contasse uma história, qual seria? Como seria? 
Responder a essas perguntas é a proposta da Mojo Books. A idéia é a seguinte: você escolhe uma música, ou um disco inteiro, e conta uma história a partir dele. Não vale usar qualquer referência à letra da canção ou à biografia do cantor: a proposta é criar uma narrativa original, inspirada pelo que você sente ou pensa ou imagina quando ouve a obra escolhida. Pode ser de qualquer estilo (tanto o "álbum-musa" quanto o seu produto literário), qualquer tema, e você ainda pode "remixar" o conto de outro autor.
Se nem todos os textos representam adequadamente sua fonte musical em termos de qualidade ou popularidade, pouco importa. O que vale é o potencial criativo da idéia que, promovendo inusitados encontros entre música e literatura, acaba por provocar a audição de velhos álbuns com a (re)leitura em novos textos, convocando músicos, autores, ouvintes e leitores a um divertido jogo intertextual e sinestésico de transformação de álbuns em livros, criando música para ler e texto para o ouvido. 
Conheça mais sobre o trabalho em http://www.mojobooks.com.br/blog/.
Abaixo, uma provocação à parte: mudando o disco mas nem tanto, a minha própria variação sobre o mesmo tema numa brincadeira pessoal entre música e fotografia.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Uma terça-feira em Honduras, ou Cora e a política externa

Tudo começou assim:

@cronai: Honduras teria eleições em novembro. Graças à nossa política externa, pode ter guerra civil semana que vem.

about 19 hours ago from web

@cronai: Zelaya é, ele próprio, um golpista. O Brasil leva Honduras tão pouco a sério que nem embaixador tem lá. Agora criou um impasse sem saída.

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@cronai: É óbvio q não pode entregar Zelaya, o Canalha1, a Michelleti, o Canalha2. E qualquer violência contra a nossa embaixada é ataque ao Brasil.

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As declarações de Cora Ronai sobre o caso Honduras ontem no twitter geraram uma discussão que se prolongou por horas e que foi se propagando na velocidade #ZéMayerFacts. Qualquer pessoa minimamente informada sabe que o discurso da jornalista é pertinente; no entanto, uma enorme (e surpreendente) quantidade de seus seguidores no Twitter ficaram indignados com a declaração de que a disputa do governo hondurenho é entre dois golpistas e não entre o Bem e o Mal.



A colunista das quintas-feiras no Globo, acostumada a falar em defesa dos animais e das novas tecnologias, se viu no centro de um acalorado debate sobre política externa, democracia, (i)legalidade e liberdade de expressão.



Quando os debatedores afirmaram a eleição de Zelaya como ato democrático, a jornalista rebateu: "Foi; mas deu um golpe interno para continuar no poder; daí o outro golpe."
E lembrou:  "Hitler e Mussolini também foram" [eleitos democraticamente].



Questionada sobre o caso da reeleição de FHC (@leandroflds: @cronai No caso do FHC, foi aprovada pelo Congresso. Isso não é golpe. // É verdade. Foi armazém de secos e molhados.) e se os que querem um terceiro mandato para Lula não seriam também golpistas, a jornalista foi direta: "Com certeza".



Para quem ia chegando aos poucos ao debate, meio sem entender a polêmica, ela esclareceu:
"Respondendo a um monte de gente: Zelaya foi eleito para um mandato único. A constituição de Honduras proibe reeleição".

about 16 hours ago from TweetDeck 


"Resolveu então propor uma constituinte para mudar a constituição no quesito reeleição. O congresso foi contra. A Suprema Corte também".

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"Zelaya não aceitou nem a posição do Congresso, nem a da Suprema Corte. Resolveu que ia fazer o referndo no grito. Deu no que deu".

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"Não se mudam as regras do jogo durante o jogo. Para mim, isso é golpe. Depor Zelaya sem levá-lo a julgamento também foi golpe".

about 16 hours ago from TweetDeck


E, por fim, quando atacada de sectarismo, comprometimento com a mídia, anarquista, etc., respondeu com a melhor defesa que os 140 caracteres do Twitter já carregaram: 
"Não sou responsável pelo jornalismo da Globo. Nem do Globo, aliás. Sou responsável pelas minhas opiniões, e só".

about 16 hours ago from TweetDeck 

Mais importante que a decisão brasileira de abrigar Zelaya na embaixada ou toda a discussão sobre o que é ou não permitido pela constituição de Honduras, a grande lição que podemos tirar de todo esse debate é que, de fato, a internet talvez seja o último reduto de verdadeira democracia, de verdadeira liberdade de expressão. E fica a reconfortante constatação de que mesmo na mídia, no Twitter, ou onde quer que seja, ainda há, nesse país, quem pense, reflita, discuta, e faça questão de se fazer ouvir, mesmo que muitas vezes cercada pela voz da ignorância.  E, o melhor de tudo: sem perder o bom humor.
 


(Foto: "Hora do Almoço" de Mônica Fagundes, em singelo passeio pelo Zoológico de Buenos Aires)