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quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
Ano novo, velhas fotos
O casamento de Íris foi no dia de seu aniversário de 18 anos.
Seu marido tinha para ela um apelido divertido: Doquira, o nome de uma gata de estimação que ela tinha quando se conheceram (e que um dia achou por bem escolher como maternidade para a sua cria o berço do primeiro filho do casal).
O casal era muito pobre, e só com muito trabalho e muita dificuldade foi capaz de criar os seis filhos que tiveram. Mas sempre estiveram prontos a receber todos os sobrinhos, afilhados, agregados, enfim, qualquer um que batesse à sua porta precisando de qualquer coisa. Foram tempos difíceis, de muita necessidade, muito esforço e nenhum conforto. Mas eles passaram.
Hoje, Íris tem 80 anos. É, portanto, casada há 62. E o marido ainda a chama, sempre, de Doquira. Nunca ouvi meu avô chamando minha avó por qualquer outro nome.
No último 27 de dezembro, minha avó reuniu mais de uma centena de parentes e amigos para celebrar seus aniversários, de nascimento e casamento, numa festa que, naturalmente, foi fotografada por mim. E como a Doquira é fogo, a gente dá a mão e ela já quer o braço, recebi em anexo a hercúlea tarefa de restaurar a foto original, do casamento de meus avós, para acrescentar ao álbum da festa.
Foi assim que o retrato que eu nunca havia visto fora da parede do quarto de meus avós veio parar na minha casa e, agora, neste blog. E para quem não os conhece, vai também a fotografia atual. E, quem sabe um dia, eu tomo coragem de contar melhor a história de como as pessoas da foto lá de cima se transformaram nas pessoas da foto aí embaixo.
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Nesses 13 dias sem postar, você bem que já podia ter escrito o que se passou entre a primeira e a última foto. Ok, ok, um resumo, eu diria...
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